sábado, 13 de maio de 2006


Depois de ter visto este documentário apeteceu-me fazer uma pergunta: Onde está o espírito crítico da sociedade civil europeia (o da portuguesa já nem me dou ao trabalho de procurar)? Porque é que é tão fácil encontrar os melhores críticos dos EUA, nos próprios EUA e tão difícil ver movimentos sérios, com bons argumentos e críticas construtivas na Europa?
Ou sou eu que não ando muito atenta?


(Obrigada Bernardo)

8 comentários:

Fred disse...

Tens mesmo de ler agostinho da Silva...

nno mar disse...

Penso que não é propriamente a falta de críticos que pauta o facto de não haver grandes movimentos. Críticos há imensos, e aliás bons críticos. A sociedade civil é mentalmente activa. Mas aqui é que se põe o problema.
Por um lado, não são ouvidos (pq não fazem esforço para isso mas tb por puro desprezo dos executivos).
Por outro lado, envolvem-se em disputas minúsculas esquecendo a big picture, e daí todos os seus esforços intelectuais saírem em vão.
Ou concentram-se nas partes erradas, ou não se fazem ouvir, mas eles andam aí!

a. disse...

Críticos elitistas que apenas falam para uma parte da população, que tornam assuntos que interessam a toda a gente em matérias altamente complexas (como se não pudessem ser apreendidas pelo comum dos mortais) e que muitas vezes se dispersam a discutir entre eles coisas sem importância nenhuma, não são os críticos que eu quero. Quero uma crítica séria que tenha a pretensão de chegar a qualquer pessoa... porque sociedade civil somos todos nós!
(Além disso, considero que este tipo de críticos, a maior parte das vezes, nem sequer apresenta nada de inovador, limitando-se a observações vagas ou a escolher um dos lados da discussão.)

Anónimo disse...

isto e com cada coment mais complicado que eu nem me do ao trabalho de perceber mas só quero dizer quer o michael moore rulles!

nno mar disse...

dri.Nós na Europa não temos o culto de mediatização (que existe em força nos EUA) que ajuda em muito a intervenção na sociedade civil.
Mas tens razão, isso não retira responsabilidade aos nossos "pensadores". Há uma falta de vontade em fazer circular pensamentos e ideias de forma a atingir toda a gente. Está tudo fechado para si próprio.
Agora a pergunta que se deve seguir é: não fazes tb parte dessa elite? Não deverias tu (eu e outros) estar a fazer algo pela sociedade civil? Porque me limito a ter conversas construtivas com amigos, quando devia era fazer algo por isso! A não ser que isso seja paternalismo a mais... :)

a. disse...

Além de achar que sim, é paternalismo a mais, nós não somos, nem estamos perto de ser, parte da elite a que me estava a referir (na minha opinião somos apenas pessoas relativamente bem informadas e nada mais do que isso), uma elite crítica, que leve para a praça pública os problemas da nossa sociedade, tem de ser constituída por mais do que pessoas que estão informadas sobre o que se passa no país/na europa/no mundo.
Tem de ser formada pessoas que estão dentro do assunto ou porque trabalham directamente com ele, ou porque se deram ao trabalho de fazer uma investigação séria sobre ele.
Pessoas como nós que apenas têm acesso à informação por segundas ou terceiras vias, podem e devem participar na discussão - mas não devem ter a pretensão de que fazem parte de alguma elite...
E acho que o teu comentário revela paternalismo a mais na medida em que achas que pessoas como nós podem ter um papel educador na sociedade, o que falta é por as pessoas a pensar (através de uma maior e mais transparente troca de informação, fornecida especialmente pela elite que descrevi) e não considero que as conversas que tenho com os meus amigos (por mais inteligentes que os possa achar) possam contribuir para esclarecer a sociedade.
Se não for por mais nada, é pelo simples facto de também eu me sentir parte da sociedade que não está a ser devidamente informada para poder participar de forma activa e totalmente esclarecida, nos meus deveres enquanto cidadã.
Tenho o direito (e já o exerci)de tomar partido em movimentos de contestação ou de manifestar os meus ideais e as minhas críticas dentro do espaço público através de outros meios, mas isso é uma decisão individual, baseada nas minhas convicções - não é,de forma alguma, um reflexo de que faço parte de alguma elite.

nno mar disse...

Eu não disse, nem tenho a pretensão de me considerar que somos a elite a que tu te referes.
Mas sem dúvida que estás numa posição bem mais proxima do que outros para lá chegar.

Independentemente disso, acho que tens razão. Os especialistas preocupam-se com coisas menores, pequenos grãos de areia do "mecanismo", e depois quando se encontram para debater ideias, por exemplo em congressos ou convenções,e aquilo parece um encontro de amigos de liceu. Como é que disto poderia surgir informação para toda a sociedade, quanto mais ideias ou movimentos novos...

Fred disse...

Bla bla bla bla bla bla bla!!