sábado, 30 de junho de 2012

(re)leituras



(ou como as conversas nos fazem revisitar certos textos)


Mistah Kurtz - he dead
   
                      A penny for the Old Guy 


                        I
   
    We are the hollow men
    We are the stuffed men
    Leaning together
    Headpiece filled with straw. Alas!
    Our dried voices, when
    We whisper together
    Are quiet and meaningless
    As wind in dry grass
    Or rats' feet over broken glass
    In our dry cellar
   
    Shape without form, shade without colour,
    Paralysed force, gesture without motion;
   
    Those who have crossed
    With direct eyes, to death's other Kingdom
    Remember us-if at all-not as lost
    Violent souls, but only
    As the hollow men
    The stuffed men.

   
                              II

    Eyes I dare not meet in dreams
    In death's dream kingdom
    These do not appear:
    There, the eyes are
    Sunlight on a broken column
    There, is a tree swinging
    And voices are
    In the wind's singing
    More distant and more solemn
    Than a fading star.
   
    Let me be no nearer
    In death's dream kingdom
    Let me also wear
    Such deliberate disguises
    Rat's coat, crowskin, crossed staves
    In a field
    Behaving as the wind behaves
    No nearer-
   
    Not that final meeting
    In the twilight kingdom

   
                   III

    This is the dead land
    This is cactus land
    Here the stone images
    Are raised, here they receive
    The supplication of a dead man's hand
    Under the twinkle of a fading star.
   
    Is it like this
    In death's other kingdom
    Waking alone
    At the hour when we are
    Trembling with tenderness
    Lips that would kiss
    Form prayers to broken stone.

   
                     IV

    The eyes are not here
    There are no eyes here
    In this valley of dying stars
    In this hollow valley
    This broken jaw of our lost kingdoms
   
    In this last of meeting places
    We grope together
    And avoid speech
    Gathered on this beach of the tumid river
   
    Sightless, unless
    The eyes reappear
    As the perpetual star
    Multifoliate rose
    Of death's twilight kingdom
    The hope only
    Of empty men.

   
                           V

    Here we go round the prickly pear
    Prickly pear prickly pear
    Here we go round the prickly pear
    At five o'clock in the morning.
   
    Between the idea
    And the reality
    Between the motion
    And the act
    Falls the Shadow
                                   For Thine is the Kingdom
   
    Between the conception
    And the creation
    Between the emotion
    And the response
    Falls the Shadow
                                   Life is very long
   
    Between the desire
    And the spasm
    Between the potency
    And the existence
    Between the essence
    And the descent
    Falls the Shadow
                                   For Thine is the Kingdom
   
    For Thine is
    Life is
    For Thine is the
   
    This is the way the world ends
    This is the way the world ends
    This is the way the world ends
    Not with a bang but a whimper.

T. S. Eliot, The Hollow Men

leituras

I didn't understand women at that period. I still don't for that matter. Nor men either. Nor animals either. What I understand best, which is not saying much, are my pains. I think them through daily, it doesn't take long, though moves so fast, but they are not only in my thought, not all.

Samuel Beckett, The Expelled (First Love) 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

leituras

A convicção de que a natureza humana raramente se confronta com algo «irremediavelmente perdido» não falha nunca em conferir-nos certa respeitabilidade.

Robert Walser, Histórias de Amor

da água III


sábado, 23 de junho de 2012

o cavalo de turim


A Torinói ló, Béla Tarr (2011)

sábado, 16 de junho de 2012

estudos para [ainda sem título]



desta vez as fotografias vieram antes do texto, comparo-as ao que tenho organizado sob o título "purgatório"   e parecem imbuídas da mesma melancolia, do mesmo vazio, talvez sejam continuação de algo maior que ainda não decifrei.
obrigada lina & nando por me darem a conhecer o espaço e pela "residência artística" que começa agora a dar frutos.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

dormir

adormecia com a ideia de que podia acordar e não me lembrar de quem era. no sono não somos. sonhamos e não somos. maravilhava-me a ideia de um buraco negro, daquelas horas todas em que não era. e ao acordar voltava a ser. assim, sem mais nem menos. depois havia os dias em que acordava e achava que a porta do quarto devia estar à minha direita, quando sempre esteve à minha esquerda.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

leituras

O conhecimento amontoa-se em frases. Repara: a literatura também é isto. O conhecimento não se acumula em imagens. Só o alfabeto tem memória a que chamemos inteligente.

Gonçalo M. Tavares, A Perna Esquerda de Paris seguido de Roland Barthes e Robert Musil


(Ainda não percebi se ando a tentar provar ou refutar esta ideia.)

segunda-feira, 4 de junho de 2012



Hoje o dia foi muita coisa, coisa a mais, provavelmente. As coisas que moem guardo-as num lista à parte, raramente vêm aqui dar e ainda bem, porque eu gosto de cá vir. Das coisas boas de hoje:
1) Os 5 (!) dípticos para a exposição estão escolhidos (convido desde já os parcos leitores deste blog a darem um salto à inauguração que será a 10 de Julho). Ficou de fora este, não sei se concordo, se não, mas confesso que me veio um sorriso aos lábios quando refutaram o argumento de que este seria mais político que os outros dípticos, não combinando, por isso, com o resto do conjunto: "Olho para o queque e vejo o Passos Coelho, a política está lá."
2) Noutro registo completamente diferente, senti-me lisboeta como há muito não me sentia, estive meia hora a discutir as marchas com a senhora da secretaria, ao que parece não pregou olho o fim-de-semana inteiro para ver os ensaios gerais e eu que voltei a não ter bairro, escolhi instintivamente apoiar a marcha do castelo (percebo agora que não podia ser outra).

p.s. continuo com os mesmo problemas técnicos ao apresentar este trabalho (lado a lado é que devia ser), dedicar-me-ei assim que possível a aprender a pôr isto direito.

domingo, 3 de junho de 2012

sábado, 2 de junho de 2012