quinta-feira, 29 de outubro de 2009

despedidas

despeço-me lentamente das marias cheias de fé. da maria da anunciação, da maria da luz, da maria da conceição, da maria da ressurreição, da maria celeste dos anjos e da maria clementina, a do vestido demasiado florido e do chapéu plástico cor-de-rosa, o motivo para ali estarmos todos naquele dia. naquela figura, repetiu, um por um todos palavrões de que se lembrava.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

a planear o regresso

Mostra de cinema de Hong Kong, parece-me uma boa maneira de começar o meu plano épico: passar todas as horas disponíveis dentro de uma sala de cinema.
(claro que este plano épico já está a ser posto em causa por convites tentadores para o teatro e um curso de fotografia que era suposto só abrir uma vez por ano...)

humor

ri-me sozinha com isto... acho que o trabalho me anda a alterar o humor...

p.s. eu admito, foi pior do que isso, pensei cá para mim, se fosse eu mandava registar e autuar por difamação... triste, eu sei.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

da fé

chegou cedo e esperou, obrigado, para nada de relevante dizer. é daqueles casos: contra factos não há argumentos e dar-lhe a hipótese de explicar o que não tem desculpa possível só torna toda a situação mais confrangedora. tudo piora com a barreira intransponível da linguagem, não são só as palavras, é toda a postura. olha para a janela enquanto falam com ele, impaciente. quem o exaspera irrita-se perante a insolência, perante a resposta invariável a todas as perguntas que lhe são feitas, diz sim a tudo, e perdem-se 5 minutos a tentar perceber se ele é pedreiro ou carpinteiro. irrita ainda a impaciência irracional, de quem quer ir embora e não tem para onde ir, não tem emprego, não faz biscates, não paga a renda.
todo aquele teatro me parece inútil.

também eu divago. penso no episódio com os agentes do "sef" alemão no aeroporto em colónia. tendo hipótese, a maioria escolhe ser como aqueles agentes absolutamente intragáveis. brincavam aos pequenos déspotas perguntando-me o nome 3 vezes, demasiado longo segundo os seus costumes, verificavam a autenticidade do passaporte, trocavam piadas em alemão... na certeza de que quem estava à sua frente não os percebia. o que mais me enervou foi o sorriso rasgado que mantiveram durante todo o episódio.

não sorri, nem berrei - como se berrasse o fizesse entender melhor o que estava a dizer. limitei-me a agir como sempre. o que ele fez é rotina por estas bandas, não ter emprego e não pagar a renda também.

domingo, 11 de outubro de 2009

Il Divo

a realização que mais me impressionou nos últimos tempos... retrato pop da figura sinistra e extraordinariamente impassível de Giulio Andreotti.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

havia nas palavras dela a serena certeza de que este era o melhor lugar no mundo.