domingo, 28 de novembro de 2010

austeridade


(obrigada pela dica pai)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

fotogenia

Nicole Kidman, Charleston, East Sussex, England, 1997


(Presence and Charisma)

[...]
What I'm talking about is not always immediately visible to the naked eye. You sometimes become aware of it during the shoot when you look at a Polaroid or at the screen of a monitor. And it's not just that the camera loves these people's faces. There are quirky things about them that are also beautiful to photograph. The way Nicole Kidman looks from behind when she walks away, for instance. The way she stands. Not many people are good at standing.
Glamour is part of the quality I mean, but it manifest itself in situations that aren´t particularly glamorous. In 1997, when Nicole Kidman was in England, making the Kubrick film Eyes Wide Shut, I brought her to Charleston, the former home of Vanessa Bell and Duncan Grant, in Sussex. Kubruck had asked her to stay out of the sun for a year or something before they started filming, and her skin has very white. Almost translucent. She sat on the edge of a bed wearing nothing but a black turtle neck sweater, looking directly at the camera. Everything that you would think makes her a movie star was stripped away, and she still held the picture.

Annie Leibovitz, At Work

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

gainsbourg & birkin


tenho inveja das pernas longas e da fotogenia do par, tenho inveja de quem os captou tão bem.

ready-made home art

chuva, falta de pregos (para as coisas sérias) e um conjunto de postais ... as paredes estão um bocadinho menos brancas. (work in progress)

sábado, 13 de novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Lewis Hine

"There were two things I wanted to do. I wanted to show the things that had to be corrected. I wanted to show the things that had to be appreciated.
In these terms, Lewis Wickers Hine numbers among the leading figures of socially oriented documentary photography.

To attempt to conclude that Hine was not interested in technical photographic questions would be false, however. What fascinated him was photography as a contemporary visual means of communication what he ignored was the concept of the 'fine art print' as defended by the photographic community oriented on Stieglitz and his circle. And precisely here may lie the explanation for the low estimation that he received up to the present time. For example, Edward Steichen, chief curator for photography at the Museum of Modern Art in New York, showed no interest in 1947 in Hine's estate after his death in 1940. And even the evaluation of Susan Sontag, who held Walker Evans to be the most important photographic artist to have concerned himself with America, reveals something of the skepticism that art criticism has shown toward Hine's oeuvre primarily directed to social criticism. And yet Hine was in fact interested in formal and aesthetic questions and had, moreover, developed a visual vocabulary that could hold its own at the height of art-photography debates, being wholly based on the qualities intrinsic to the medium. In particular his early workers' portraits, according to Miles Orvell "endow their commonplace subjects with a dignity not in terms of an art-historical tradition, but in terms of a new vocabulary of representation that erased the existing ethnographic and documentary traditions of portraiture and established a new procedure for representing working-class character." But there were very few who recognized this truth during Hine's lifetime, not even a Roy Striker, who roundly rejected Hine's application for work with the FST project. Thus Lewis Hine died in 1940, impoverished and forgotten. He who had devoted himself lifelong to the social welfare of others had finally become a welfare case himself. "

Hans-Michael Koetzle, Photo Icons - the story behind the pictures (Taschen)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Robert Frank: provas de contacto


"Guggenheim 340/Americans 18 and 19 - New Orleans, 11/1/1955" Frank shot this roll of film in New Orleans in November, 1955. It contains two images, numbered 13 and 16 in the row outlined in red, that made Frank's final cut for The Americans. Photo number 16, "Trolley--New Orleans," became famous as The Americans' cover image. (retirado daqui)

ando em treinos. a perceber como se chega àquela que deve ser impressa.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

leituras

A carta, já o disse, era impossível de ler, embora estivesse escrita em espanhol, ou pelo menos foi essa a conclusão a que chegámos Daniel e eu. Mas também poderia estar escrita em aramaico. Sobre isto, sobre o aramaico, lembro-me de uma coisa curiosa. Cláudia, que depois de olhar para a carta não mostrou a mínima curiosidade por saber o que dizia, nessa noite, enquanto Daniel e eu tentávamos decifrá-la, contou-nos um história que Ulisses lhe tinha contado havia muito tempo, quando ambos estavam na Cidade do México. Segundo Ulisses, dizia Cláudia, aquela parábola de Jesus Cristo tão famosa, a dos ricos, o camelo e o buraco da agulha, podia ser fruto de uma gralha. Em grego, disse Cláudia que Ulisses tinha dito (mas desde quando é que Ulisses sabia grego?) existia a palavra káundos, camelo, mas o n (eta) lia-se quase como i, e a palavra káuidos, cabo, maroma, corda grossa, onda a letra i (iota) se lê i. O que o levava a perguntar-se se, como Mateus e Lucas se basearam no texto de Marcos, a origem do possível erro ou gralha estaria nele ou num copista imediatamente posterior a ele. A única coisa que se podia objectar, repetia Cláudia que Ulisses tinha dito, era que Lucas, bom conhecedor do grego, teria corrigido o erro. Ora bem, Lucas sabia grego, mas não conhecia o mundo judeu, e ele pode ter suposto que o «camelo» que entra ou não entra no buraco da agulha era um provérbio de origem hebraica ou aramaica. O curioso, segundo Ulisses, é que havia outra origem possível do erro: segundo o Herr Pinchas Lapide (mas que nomezinho, disse Cláudia), da Universidade de Frankfurt, especialista em hebreu e aramaico, no aramaico da Galileia havia provérbios que usavam o substantivo gamta, maroma de barco, mas, se uma das suas letras consoantes se escreve defeituosamente, como acontece amiúde em manuscritos hebreus e aramaicos, é muito fácil ler gamal, camelo, sobretudo tendo em conta que na escrita do aramaico e do hebreu antigos não se usam vogais e elas têm de ser «intuídas». O que nos levava, dizia Cláudia que tinha dito Ulisses, a uma parábola menos poética e mais realista. É mais fácil que uma maroma de barco, ou que uma corda grossa, entre pelo buraco de uma agulha do que um rico entre no reino dos céus. E qual era a parábola que ele preferia?, perguntou Daniel. Ambos sabíamos a resposta, mas esperámos que Cláudia a dissesse. A do erro, evidentemente.

Roberto Bolaño, Os Detectives Selvagens

p.s. mistérios sem resolução foram escritos para serem lidos avidamente.

Concurso L. Fritz Gruber

"...die Photographie dient als ein visuelles Verständigungsmittel immerhin allen Kulturvölkern, und sie ist über akustische Idiome hinaus zur Sprache der Kulturvölker geworden." - L. Fritz Gruber

"Fruchtbare Augenblicke/ Furchtbare Augenblicke"

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

coisa de nada

estar permanentemente num limbo não é bom, nem para os nervos, nem para aqueles que me têm de aturar diariamente. sexta alguém berrou, disse basta e rumámos ao norte - o alerta amarelo impôs algum respeito e a viagem não ficou a mais de hora e meia da capital. largámos as malas na casa da vila onde se proclamou a república, podia ser melhor?
apenas uma nota, verdadeira razão de ser deste post: a chuva fez com que parte da estadia fosse passada em cafés a pôr a leitura em dia. parámos num, meio cinzento com ar de servir bagaços logo pela manhã aos seus mais fiéis clientes, tendo como inigualável ponto positivo, para quem me acompanha, licença para se fumar. passámos a manhã apenas com um chá e um café à nossa frente, sem qualquer censura por parte da gerência e até aqui nada de especial, até que a rapariga que nos atendia nos perguntou se queríamos que baixasse a música (radio local a passar desde os delfins à rihanna). quando agradecemos e respondemos que não era necessário, fomos brindados com um sorriso do tamanho do mundo e com uma confissão meio envergonhada: eu quando leio também sou assim, desligo de tudo.
é meio parvo, eu sei, mas porra, ser recebida assim encanta-me.