domingo, 29 de junho de 2008

foto do dia (take # 1)

Comprei um agrafador (quase perfeito), é uma das coisas que faço quando não consigo estudar: compro coisas para organizar os meus apontamentos, as minhas impressões, os gatafunhos que colecciono obsessivamente... pastas, post-its, marcadores, cadernos... Agora, depois de ter agrafado um número obsceno de artigos, vou estudar.



imagem de outros dias

Sempre gostei de janelas apontadas para o céu.


sexta-feira, 27 de junho de 2008

The Times revisitado

O Times estava lá quando Maria Antonieta foi morta
( via Público online 27.06.2008)

O diário britânico pôs online os seus arquivos desde 1785

l É como estar à beira de um precipício com uma sensação mista de vertigem e excitação. À nossa frente, graças a um punhado de clics, revelam-se 200 anos de história. Não a história recontada, reescrita, mas aquela que foi impressa no momento em que era realidade. O jornal britânico The Times, fundado em 1785 por John Walter, permite desde 13 de Junho esta embriaguez ao tornar acessível, gratuitamente, a consulta dos seus arquivos desde o seu nascimento, em 1985.Edição de 23 de Outubro 1793: "Execução da rainha de França." "A execução [de Maria Antonieta] realizou-se às 11h30 da manhã. Todas as forças armadas estavam em pé de guerra, do palácio da Justiça à praça da Revolução [...] Depois da execução, três jovens molharam os lenços no seu sangue. Foram imediatamente presos." A edição de 22 de Junho de 1815 revela detalhes sobre Waterloo, onde Napoleão foi derrotado quatro dias antes. Um artigo começa assim a 1 de Outubro de 1888: "Ontem, nas primeiras horas da manhã, ocorreram mais dois assassinatos no East End de Londres, sendo que as duas vítimas pertenciam à mesma classe social. A polícia não tem dúvidas. Estes terríveis crimes foram cometidos pelas mesmas mãos diabólicas que tornaram Whitechapel tão dolorosamente célebre." Jack, o estripador, tinha atacado de novo. A prisão de Óscar Wilde, a catástrofe do Titanic, o crash da bolsa de 1929, o desembarque na Normandia, a condenação a prisão perpétua de Nelson Mandela... Da revolução francesa à Guerra das Malvinas, passando pela guerra civil americana e as duas guerras mundiais, todas as páginas do jornal foram digitalizadas e apresentadas sobre o formato de fac-símile.Graças a um programa de reconhecimento de caracteres, o internauta até tem a possibilidade de fazer uma busca dentro dos textos por palavra-chave. Os números que saíram a partir de 1985 serão acrescentados a este arquivo até ao fim do ano, bem como todas as páginas do Sunday Times depois de 1822. Ao revisitar o passado, o diário fez algumas descobertas inesperadas, como uma carta escrita ao jornal em 1938 por Ian Fleming (o criador de James Bond). Apesar da quantidade de informação, existem algumas lacunas na longa história do The Times, propriedade do magnata dos media Rupert Murdoch desde 1981. Cinquenta semanas de greve impediram a sua saída para as bancas entre 1 de Dezembro de 1987 e 12 de Novembro de 1989. O jornal "pede desculpa se estas datas coincidem com o seu aniversário ou um outro acontecimento sobre o qual tivesse interesse de ler".Para já tudo isto é gratuito, mas deverá ser sol de pouca dura. Em Novembro de 2007, um outro jornal britânico, o Guardian, pôs em linha os seus arquivos desde 1821 (até 1990) e os do Observer, o jornal de domingo mais antigo do mundo (foi para as bancas pela primeira vez em 1791)."É a primeira vez que um jornal nacional britânico disponibilizou os seus arquivos de papel na Internet", explicou na altura o Guardian. "Antes, a única maneira de explorar os arquivos dos jornais passava pela pesquisa das páginas impressas, guardadas em microfilmes."Durante um mês os arquivos do Guardian estiveram disponíveis gratuitamente mas agora é preciso pagar para ver a um preço proporcional à antiguidade dos jornais.
Frédérique Rousell
Exclusivo PÚBLICO/Libération

Adrift



Photographs of Iceland by Ryan Fowler

quinta-feira, 26 de junho de 2008

segunda-feira, 23 de junho de 2008

quinta-feira, 19 de junho de 2008

nestas alturas, arrasto-me sempre pela madrugada...
memorizo listas de palavras inventadas que tentarei escrever amanhã.

Fungi from Yuggoth - H. P. Lovecraft


foto do dia (take #1)

Encontrado na banca da feira do livro da Letra Livre (uma das minhas livrarias preferidas em Lisboa)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

LISBON REVISITED (1923)

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço.
Quero ser sozinho. Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

Álvaro de Campos

domingo, 15 de junho de 2008

foto do dia (take #2)

foto do dia (take # 1)
Não é bem a foto do dia, é mais a boa surpresa do fim-de-semana: chegaram os rolos que eu encomendei pelo blog photo-film, agora é só começar a disparar :)

sábado, 14 de junho de 2008

From the art director of Dexter’s Laboratory

His sketchbook on his site
(via NotCot)

Lisboa, Junho de 2006

Editar fotografias tem os seus encantos... esta foto tinha ficado perdida entre as sombras da Rua da Rosa e a minha escolha de a tirar a sépia...



Yousuf Karsh

Winston Churchill, 1941
"My portrait of Winston Churchill changed my life. I knew after I had taken it that it was an important picture, but I could hardly have dreamed that it would become one of the most widely reproduced images in the history of photography. In 1941, Churchill visited first Washington and then Ottawa. The Prime Minister, Mackenzie King, invited me to be present. After the electrifying speech, I waited in the Speaker’s Chamber where, the evening before, I had set up my lights and camera. The Prime Minister, arm-in-arm with Churchill and followed by his entourage, started to lead him into the room. I switched on my floodlights; a surprised Churchill growled, “What’s this, what’s this?” No one had the courage to explain. I timorously stepped forward and said, “Sir, I hope I will be fortunate enough to make a portrait worthy of this historic occasion.” He glanced at me and demanded, “Why was I not told?” When his entourage began to laugh, this hardly helped matters for me. Churchill lit a fresh cigar, puffed at it with a mischievous air, and then magnanimously relented. “You may take one.” Churchill’s cigar was ever present. I held out an ashtray, but he would not dispose of it. I went back to my camera and made sure that everything was all right technically. I waited; he continued to chomp vigorously at his cigar. I waited. Then I stepped toward him and, without premeditation, but ever so respectfully, I said, “Forgive me, sir,” and plucked the cigar out of his mouth. By the time I got back to my camera, he looked so belligerent he could have devoured me. It was at that instant that I took the photograph."

Pablo Casals, 1954
"In the Abbey de Cuxa in Prades, I spent several glorious hours with the master of the cello. Our rapport was instantaneous - he trusted me to carry his cherished instrument. I was so moved on listening to him play Bach that I could not, for some moments, attend to photography. I have never photographed anyone, before or since, with his back turned to the camera, but it seemed to me just right. For me, the bare room conveys the loneliness of the artist, at the pinnacle of his art, and also the loneliness of exile.
Years later, when this portrait was on exhibit at the Museum of Fine Arts, Boston, I was told that an elderly gentleman would come and stand in front of it for many minutes each day. When the curator, by this time full of curiosity, ventured to inquire gingerly, “Sir, why do you stand day after day in front of this portrait?” he was met with a withering glance and the admonition, “Hush, young man, hush - can’t you see, I am listening to the music!”"

Audrey Hepburn, 1956

"The French novelist Colette picked her out of a ballet lineup to play Gigi on stage, and her career was launched. When I photographed her in Hollywood and commented on her quality of sophisticated vulnerability, she told me of her harrowing experiences during the Second World War. Years later, in the Kremlin, Chairman Brezhnev agreed to sit for me only if I made him as beautiful as Audrey Hepburn."

(Via Yousuf Karsh)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Foto dos dias (take #1)
Atravessei Lisboa durante o jogo de Portugal, não tinha a máquina comigo... não fotografei os 20 e muitos homens engravatados de olhos vidrados no ecrã que partilhavam o espaço de um café minúsculo; nem a senhora no banco do passageiro - num dos poucos carros que vi circularem àquela hora - que ia a fazer figas com as duas mãos; nem o tritão da rotunda deserta que empunhava heroicamente uma bandeira de Portugal; nem os empregados que, na montra de uma loja de móveis viam o jogo através de uma televisão minúscula; nem os cafés e as esplanadas desertos por não terem televisão, nem as tascas apinhadas por terem um ecrã plasma; nem a senhora que parou quando se ouviram os festejos pelo segundo golo de Portugal, e que imediatamente sorriu e disse "temos de ver quem marcou"...
A foto destes dias representa o impasse permanente: acordar, sentir pelas frestas da janela que o verão chegou, olhar para a secretária e saber que tenho de escrever um número inacreditável de palavras, saber que fico sempre presa no que leio e que levo muito tempo a avançar para a primeira frase...

Richard Hammond - On The Edge

Para o Bernardo, para o Fred e para todos os fãs do Top Gear... ;)

terça-feira, 10 de junho de 2008

foto do dia (take #2)
foto do dia (take #1)

insónias


Drawerment



Jaroslav Juřica for Demakersvan


Drawerment is a composition of drawers collected from old office furniture, set into MDF boxes and mounted on the wall. (visto em materialicious)

segunda-feira, 9 de junho de 2008


tentando encontrar a fotografia nas imagens do dia a dia...(take #2)
[a partir de hoje, vou tentar ter pelo menos uma foto por dia de imagens assim - pouco espectaculares, mas que reflictam as formas que o meu quotidiano toma.]

tentando encontrar a fotografia nas imagens do dia a dia...

domingo, 8 de junho de 2008

boas ideias


"Once Discarded is a design concept by Claire Danthois of the UK. She believes that the sustainability movement is in the hands of the designers. Designers often have the power and skills necessary to recreate objects of value and use from refuse … a gifted and driven portion of the population that can offer greener options for those of us willing to seek them out. Reclaimed materials, like the Once a Gate shown above as a chair, can give great depth and character to simple fixtures by way of their markings and evidence of previous life. With such products as Once a Door and Once a Ladder in her portfolio Claire has taken reclaimed timber and added a personal and artistic touch creating value and meaning to her work." (visto em greenUPGRADER)