segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

rotinas




palavras encontradas por acaso tornam-se realidades paralelas.
ao que penso.
ao que sonho.
ao que escrevo.

inspiração: rinko kawauchi





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inspiração





"... sou do tamanho do que vejo e não  do tamanho da minha altura "

  Madeira e espelho     246x20x40 cm 
  Instalação, 2010

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

work in progress II





O BOTE DA RAZÃO (a partir de “Matteo Perdeu o Emprego” de Gonçalo M. Tavares)
Apresentação da Oficina de Criação I pelos alunos do Curso de Artes Performativas
Encenação de Claudio Hochman


SINOPSE
«O Bote da Razão  não é uma peça de teatro nem é uma exposição de quadros, mas tem um pouco de cada coisa.
Oito intérpretes pelo mágico espaço da Antiga Fábrica de Azulejos a fazer cenas inspiradas no livro Matteo Perdeu o Emprego de Gonçalo M. Tavares.
O livro tem uma ordem, neste Bote da Razão se perde a narrativa e se resgatam situações, textos, músicas, imagens que se vão encadeando num labirinto onde o espectador escolhe seu próprio caminho.
O Bote da Razão é o resultado da Oficina Criativa do Curso a Artes Performativas do SOU.»

Mais informações aqui.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011


desmembro a rotina até a tornar ruído de fundo. redescubro que se pode dividir infinitamente.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

sábado, 12 de novembro de 2011

inspiração: pilgrimage by annie leibovitz


Virginia Woolf's bedroom

mais sobre todo o projecto aqui.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

leituras

A mulher da pensão viu a mulher descalça ler a serradura. Sentou-se em frente dela. Apoiaram os braços no tampo de pedra da mesa. Cheirava a café entornado. Cheirava a papel queimado. Olharam-se. Decifraram-se. Soletravam-se.

Jorge Fallorca, A mulher descalça


repetição




A ideia de repetição ficou-me. fui para casa e repesquei esta imagem do arquivo. há aqui a repetição do gesto - duas vezes fotografei no mesmo negativo. a repetição do lugar  -  10 vezes conto o botequim nos meus arquivos. também eu tento dizer qualquer coisa com a repetição. também eu me repito sempre.
A angústia surge perante a outra repetição - perante o medo da fórmula encontrada, fórmula repetida. surge sem pudor, perante tudo o que já foi feito e pensado pelos outros. perante tudo o que já foi feito e pensado por nós.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

great ones



Obrigada pai, esta fotografia valeu-me o dia.

Alena Nikiforova


inspiração segundo o hugo. (obrigada)

das pessoas


parece que tiro poucos retratos. tenho um mês para tratar disso. tirar retratos. passei quatro meses a tirar fotografias a lugares vazios, que têm gente, nota-se nos pormenores. agora tenho de as fotografar e ando em pânico, como é que se aponta uma máquina a um estranho? passei timidamente por estes senhores para apanhar a fotografia anterior. exigiram, com um sorriso, serem fotografados. mesmo perante o pedido directo, senti-me intrusa. a ver vamos, no que isto vai dar.

obcecada por recados alheios


mais aqui.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

recomeçar



hoje recomecei o que deixei de molho desde Junho. recomecei com um balde de água fria.
35 exercícios diferentes até à próxima segunda-feira (para cada um, uma foto num rolo de slides de 36, não há cá espaço para segundas tentativas)
até Fevereiro 4 projectos conceptuais diferentes, o primeiro é para Novembro.

mas o que me assusta, o que me assusta mesmo, é escolher três fotografias do ano passado e defendê-las, depois de amanhã, perante o escrutínio glaciar dos meus colegas... 


p.s. post 1001 deste blog. xerazade parou por aqui. foi o que pensei quando reparei no número. talvez seja um sinal.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

lista


1. a realidade ocupa espaço.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

domingo, 25 de setembro de 2011

das sobreposições III


perante o pedido, cumpre-se o tríptico.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

segunda-feira, 19 de setembro de 2011


houve alguém que uma vez me disse que não podia ser de lisboa. lisboa era terra de ninguém. perguntou-me pelas origens. um pai e uma avó da terra de ninguém também, um avô de trás-os-montes. e a outra metade? a outra é inteira da terra das casas caiadas de branco. e não há lugar que me encha mais as medidas.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

intermitente


 sonho com lugares inexistentes. às vezes vejo-os.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

repescar

Lido
2008

por estes dias as fotografias têm sido apenas hipóteses. as imagens têm-me fugido entre os dedos. olho com desconfiança para as que, ainda assim, vou acumulando.

(repesquei esta, em jeito de homenagem, a um festival de cinema que por ai anda.)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Anna Skladmann’s "Little Adults"

Vadim on His Roof Terrace, Moscow 2009

"When we came up to the rooftop, it was a beautiful sunny and crisp midday. Vadim asked me how many photos I was planning to shoot, and I answered “maximum ten.” As the flash lit up, he slowly counted to ten in his head. After the ten frames of my first roll were finished, he went back inside, put on his pajamas and asked for a cup of tea so he could sit in front of his television in peace. Naturally, I had wanted to shoot ten rolls of film, not just ten frames."





Eva in Her Living Room, Moscow 2009

"When I came to photograph Eva, she was at home with her two nannies, one British and one Russian. She had planned everything in advance: the dress she had chosen hung already perfectly ironed and pressed with matching tights and shoes carefully next to it. I felt that I had been hired by Eva to do this shoot rather than the other way around. She was experienced and knowledgeable as she showed me the rooms we were allowed to photograph. She placed herself carefully on the edge of a couch, stood in front of her favorite painting, and posed in her parents’ library. At the end of this photo session she was exhausted and lay down on the sofa. Finally I was able to take the only photograph that I had composed myself."


Mais aqui.

o livro de areia



obrigada ao l. pelo texto enviado, gostei da comparação, o kindle, de facto, encerra em si a ideia de livro interminável ao estilo de Borges, mas a batalha não está perdida. os livros, ao contrário dos cds, não precisam de nenhum aparelho especial para se poderem ler, a linguagem que utilizam não é software que se torna obsoleto em menos de uma década, não precisam de baterias ou upgrades. é verdade, gosto que algo tão pequeno como o kindle possa conter todos os livros que alguma vez lerei, gosto da ideia de poder levar comigo - para qualquer lugar - uma biblioteca inteira, mas mais do que tudo, gosto da imutabilidade dos livros. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Tlön, Uqbar, Orbis Tertius

Debo a la conjunción de un espejo y de una enciclopedia el descubrimiento de Uqbar. El espejo inquietaba el fondo de un corredor en una quinta de la calle Gaona, en Ramos Mejía; la enciclopedia falazmente se llama The Anglo-American Cyclopaedía (New York, 1917) y es una reimpresión literal, pero también morosa, de la Encyclopaedia Britannica de 1902. El hecho se produjo hará unos cinco años. Bioy Casares había cenado conmigo esa noche y nos demoró una vasta polémica sobre la ejecución de una novela en primera persona, cuyo narrador omitiera o desfigurara los hechos e incurriera en diversas contradicciones, que permitieran a unos pocos lectores -a muy pocos lectores- la adivinación de una realidad atroz o banal. Desde el fondo remoto del corredor, el espejo nos acechaba. Descubrimos (en la alta noche ese descubrimiento es inevitable) que los espejos tienen algo monstruoso. Entonces Bioy Casares recordó que uno de los heresiarcas de Uqbar había declarado que los espejos y la cópula son abominables, porque multiplican el número de los hombres. Le pregunté el origen de esa memorable sentencia y me contestó que The Anglo-American Cyclopaedia la registraba, en su artículo sobre Uqbar. La quinta (que habíamos alquilado amueblada) poseía un ejemplar de esa obra. En las últimas páginas del volumen XLVI dimos con un artículo sobre Upsala; en las primeras del XLVII, con uno sobre Ural-Altaic Languages, pero ni una palabra sobre Uqbar. Bioy, un poco azorado, interrogó los tomos del índice. Agotó en vano todas las lecciones imaginables: Ukbar, Ucbar, Ookbar, Oukbahr... Antes de irse, me dijo que era una región del Irak o del Asia Menor. Confieso que asentí con alguna incomodidad. Conjeturé que ese país indocumentado y ese heresiarca anónimo eran una ficción improvisada por la modestia de Bioy para justificar una frase. El examen estéril de uno de los atlas de Justus Perthes fortaleció mi duda.


ou se há autor quem me deu cabo da cabeça foi Borges. 

(lembro-me como se fosse ontem, do natal de 1998. recebi as "ficções" e passei os restantes meses a tentar apanhar tudo o que pudesse de Borges. a teorema ainda não tinha lançado as obras completas, eu passava muito pouco tempo na net e isso explica, em parte, o meu ingénuo desconhecimento da fama de Borges. durante aqueles meses, encetei uma busca incessante pelas livrarias e alfarrabistas lisboetas. acabei presa às edições espanholas da livraria alcalá - se a memória não me falha, uma livraria bem ao estilo borgesiano -, nessa altura tinha dado um dedo para perceber castelhano.)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

leituras


- O que há de errado com o trabalho? - perguntou Patty, ouvindo o eco de uma pergunta semelhante que Walter lhe fizera em tempos. - É bom para a nossa auto-estima trabalhar.
- Eu posso trabalhar - disse Verónica. - Estou a a trabalhar agora. Só que preferia não o fazer. É entediante, e tratam-me como uma secretária.
- Tu és uma secretária. Provavelmente és a secretária com o QI mais alto de toda a cidade de Nova Iorque.
- É só que estou ansiosa por me despedir, apenas isso.
- Tenho a certeza de que a Joyce te pagava para voltares a estudar, e conseguires assim arranjar um emprego mais próprio do teu talento.
Verónica riu-se.
- Os meus talentos não parecem ser do género daqueles em que o mundo está interessado.  Por isso é melhor que eu os exerça sozinha. Na verdade, só quero ficar sozinha, Patty. Neste momento é tudo o que peço. Que me deixem em paz.

Jonathan Franzen, Liberdade

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

domingo, 21 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

work(s) in progress II


continuo a tentar fotografar o mais lixado (e bonito) de todos os movimentos.

work(s) in progress I


poesia lida é mais que poesia escrita. eu vejo, mas ainda não consigo fotografar. lentamente, muito lentamente, é-me descrito o que ali está. o que vejo, o que oiço, mas que ainda não consigo explicar.