É difícil continuar a coleccionar as pequenas coisas que me fazem parar e reflectir (acho que este blog nunca foi mais do que isso). gosto de livros, de filmes e de fotografias e nunca quis escrever sobre outra coisa, mas com o país permanentemente à beira do colapso, confesso que se torna cada vez mais complicado.
Nunca li tanto sobre finanças, sobre economia, sobre o que o governo propõe e sobre as alternativas possíveis. O primeiro impulso é sair daqui, fazer as malas, desistir. Depois penso em todas as pessoas que conheço com vontade de arregaçar as mangas e fazer qualquer coisa, que afastam o fatídico que tão rapidamente nos caracteriza. Há ideias, projectos, coisas bem feitas.
Por mais que o escrevam ou que o digam, continuo a discordar a alto e bom som: um país não é uma empresa, não vai falir, fechar as portas e por a leilão os bens que restarem.
p.s. voltarei aos posts em breve - ainda acho que vale a pena ir partilhando as coisas de que gosto (confesso que o faço cada vez mais como técnica de guerrilha, contra as permanentes actualizações sobre o pequeno almoço ou o estado de espírito que me brinda o facebook), pelo menos enquanto houver dez leitores do outro lado andarei por aqui.
4 comentários:
continuo a vir aqui precisamente porque não se fala do pequeno almoço ou do estado de espírito. é dos poucos sítios onde isso ainda acontece. o facebook é uma imbecilidade constante, mas um mal necessário - por precisar de certas partes dele, levo com o todo.
só discordo num aspecto: fazer as malas não tem, necessariamente, que ser desistir. aliás, raramente é. fazer as malas é muito mais difícil do que ficar. mas isso é conversa para outra altura.
:)
I like it;)
Cumprimentos MH
@paperdoll: primeiro, obrigada :)
em segundo lugar, concordo inteiramente contigo, o desistir, neste desabafo, está mais relacionado com o país - será que se pode tornar em algo diferente? - do que com a decisão pessoal de fazer as malas, essa, sim, como dizes, muito mais difícil de concretizar do que ficar por cá. fazer as malas, de um ponto de vista pessoal, raramente é desistir.
não desistas. preciso de ti, com ou sem momentos de quebra.
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