"O contacto com o príncipe tornou-se para Törless fonte de um refinado prazer psicológico. Fez desabrochar nele aquela compreensão do ser humano que nos possibilita reconhecer outra pessoa pelo tom da da voz, pela maneira de segurar num objecto, até pelo timbre do seu silêncio ou a postura com que se coloca num determinado espaço; em suma, por toda essa maneira quase imperceptível mas peculiar de alguém existir - isso que envolve o cerne, o que é palpável e abordável, como a carne acomodada em torno do esqueleto, coisas que podem ser apreciadas de forma tão nítida que permitem intuir a personalidade do outro."
(in O Jovem Törless, de Robert Musil)
1 comentário:
adoro reparar nessas pequeniiiinos gestos. fio-me muito neles para conhecer melhor alguém... mesmo assim, há personalidades confusas...
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