sábado, 13 de janeiro de 2007

«Muito bem», diz ela, e desliga com um clique suave. Gostava que ela tivesse batido com o auscultador e gritado qualquer coisa. Gostava que ela tivesse gritado qualquer coisa que ele nunca tivesse ouvido. Uma palavra qualquer. Continua agarrado ao telefone, olhando fixamente os acres de gado aprisionado. Não pode crer que está a levar isto a avante; não pode crer que já está feito. Não pode voltar atrás. Já está a menos de metade do caminho para L.A.. Nunca mais poderá voltar atrás. Uma porta fechou-se nas suas costas com aquele clique suave.
A meio caminho de Coalinga
O Grande Sonho do Paraíso: Histórias, Sam Shepard

1 comentário:

nno mar disse...

Há silêncios mais fortes que tempestades.