obrigo-me a desfocar. a desajustar. a nitidez não é suficiente para a história de todos os dias.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Listas
gosto de listas inesperadas e gostei especialmente desta: dez filmes da última década que qualquer fotógrafo deve ver, elaborada pelo fotógrafo Henry Jacobson (vista no arte photographica)
p.s. a minha seria diferente, mas incluiria, sem dúvida A Single Man.
domingo, 23 de janeiro de 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
no meu caminho II
O caminho que faço para casa demora-se por duas ruas ingratas. São o espelho do abandono a que um certo centro da cidade foi votado. Fazem parte daquela zona da almirante reis que já não se recomenda, que não se desce, que se evita sem pudor. Gosto delas, não por uma qualquer decadência estética, mas pela sua resistência absolutamente inesperada. Pela loja de velharias onde comprei um catálogo de pintura russa por três euros. Pelo alfarrabista com promoções de clássicos. Pela loja de ferragens com vassouras penduradas no tecto. Pela padaria onde me ofereceram torta de laranja e onde compro o pão. Pela loja de roupa interior que adorava fotografar de uma ponta à outra.
Mas também pela resistência de determinadas pessoas, que se recusam a ser expulsas de uma zona como esta - ingrata e mal-amada.
sábado, 8 de janeiro de 2011
leituras
Gauna assistia ao ensaio com os olhos fixos, boca entreaberta e sentimentos contraditórios. A desilusão do primeiro momento ainda ressoava nele, como um eco fraco e prolongado. Fora como uma humilhação perante si mesmo. «Como é que eu não desconfiei», pensou, «quando me disseram que o teatro ficava na Rua Freye?» Mas agora perplexo e orgulhoso, via a conhecida Clara transfigurar-se na desconhecida Élida. O seu abandono ao prazer - a uma espécie de prazer vaidoso e marital - teria sido completo se as caras masculinas, inexpressivas e atentas que assistiam ao espectáculo, não lhe tivessem sugerido a possibilidade de uma inevitável trama de circunstâncias que podiam roubar-lhe Clara ou deixar-lha aparentemente intacta, mas carregada de mentiras e traições.
[...]
- Nunca ninguém me falou assim - declarou a rapariga.
Diante dos seus olhos radiantes, pardos e puros, envergonhou-se, viu-se a descoberto; quis reconhecer que toda aquela teoria da liberdade e da franqueza era uma improvisação, uma apressada memória de conversas com Larsen e que agora a expunha para esconder as suas descobertas, a sua necessidade de saber o que ela tinha feito na noite em que não quis acompanhá-la, para disfarçar um pouco o inesperado e urgente sentimento que o dominava: os ciúmes. Começava a balbuciar, mas a rapariga exclamou:
- És maravilhoso.
Julgou que troçava dele. Quando olhou para ela, percebeu que falava seriamente, quase com fervor. Sentiu-se ainda mais envergonhado. Pensou que nem sequer estava certo de acreditar no que lhe tinha dito, nem de aspirar a entender-se perfeitamente com ela, nem de gostar assim tanto dela.
Adolfo Bioy Casares, O sonho dos heróis
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
a explorar
A dica, dada pelo pai, sublinhava em particular o trabalho desenvolvido por Sam Taylor Wood, sendo esta foto uma das minhas preferidas:
Quanto a mim, o portfolio do fotógrafo Alexander Gronsky encheu-me as medidas:
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
vícios
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Subscrever:
Mensagens (Atom)