domingo, 19 de setembro de 2010

leituras

A doença era mal de família. Jazia escondida na linha de sangue que os tocava, provinda de alguma nascente muito antiga, de algum profeta no deserto ou um estilita, até, sem qualquer decréscimo na sua intensidade, ter surgido no velho, nele próprio e também, presumia, no rapaz. Aqueles que tocava estavam condenados a lutar contra ela constantemente, ou a deixar-se por ela governar. O velho deixara-se governar. Ele, a troco de uma vida plena, protelava-a. O que o rapaz faria estava ainda por resolver.

Flannery O'Connor, O Céu é dos Violentos

2 comentários:

paperdoll disse...

mas quantos livros andas tu a ler? :) e onde vais buscar a inspiração para os comprar? vais pelo nome? pela capa? aconselham-tos? emprestam-tos? vês na net? conta-me tudo, estou curiosa!

eu este ano já li 7, quase um por mês. para quem deixou de ler a bom ritmo quando entrou na universidade (politécnico), estou muito orgulhosa de mim própria.

a. disse...

normalmente um :) agora passei para outro da flannery o'connor. por aqui vou deixando uma ou outra passagem dos livros que gostei, dos que acho que valem a pena.
a inspiração vem de todo o lado, oferecidos, recomendados e sou vidrada nas ligações entre autores.
as ligações descobrem-se em todo o lado, na net, nos prefácios, nas contra-capas dos livros.
para os de fotografia normalmente pairo com um ar esfomeado na secção respectiva da fnac. e há livrarias que ajudam, aquelas em que parece que se encontra sempre aquilo que não sabíamos que estávamos à procura (em lisboa existem quatro ou cinco assim).