Daniel Blaufuks
terça-feira, 31 de agosto de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
versão moderada
terça-feira, 17 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
leituras
- Tinha acontecido o que tinha de acontecer - diz Santiago. - Eu julgava que já tinha acontecido e só acontecera essa manhã.
Tinham estado juntos toda a manhã, um bichinho como uma cobra, não tinham ido às aulas porque Jacobo lhe tinha dito quero falar contigo a sós, uma cobra afiada como uma faca, tinham caminhado pelo Paseo de La República, uma faca como dez facas, tinham-se sentado num banco da fonte do Parque de la Exposición. Pelas faixas paralelas da Avenida Arequipa passavam automóveis e uma faca entrava muito levemente e outra saía e voltava a entrar devagarinho, e eles avançavam pela alameda que estava escura e vazia, e outro como num pão de côdea finita e muito miolo no seu coração, e de súbito a vozinha calou-se.
[...]
Era outro que falava, pensa, não eras tu. A voz um pouco mais firme agora, mais natural, Zavalita: não era ele, não podia ser ele. Compreendia, explicava, aconselhava duma altura neutral e pensava não sou. Ele era uma coisa pequenina e maltratada, uma coisa que se encolhia debaixo dessa voz, uma coisa que se escapulia e corria e fugia. Não era orgulho, nem despeito, nem humilhação, pensa, nem sequer ciúmes. Pensa: era timidez. Ela escutava-o imóvel, observava-o com uma expressão que ele não sabia nem queria decifrar, e de repente tinha-se levantado e tinham percorrido calados meio quarteirão, enquanto, tenazes, silenciosas, as facas continuavam a carnificina.
Mario Vargas Llosa, Conversa n'A Catedral
sábado, 7 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
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