quinta-feira, 30 de junho de 2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

destes dias II





são vicente - seixal

destes dias


Um carro, três + um, as estradas da ilha e a vontade de experimentar cada prato que nos aparecia à frente. a b. e o m. incansáveis na sua vontade de nos mostrar tudo o que a madeira tem de melhor, a a. pronta para tudo o que nos propunham. eu deliciada, simplesmente deliciada, com o bolo do caco com manteiga de alho, com o espada preta, com o maracujá, a poncha e a espetada, com as estradas à beira do precipício, com as praias feitas de seixos, com o lado norte da ilha. custou-me o mar de todos os lados, o excessivo laranja, as disparidades entre a parte turística da ilha e o resto. fui apanhada de surpresa pela serra, pela melancolia que também existe por aqui. não vi tudo porque quero voltar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

mais do mesmo

Nesta história de exames copiados ou conhecidos de antemão, depois do choque inicial vem uma certeza: temos o que merecemos. Passo a explicar, metade dos comentários que li à dita notícia são qualquer coisa deste género "antigamente é que era bom, copiava-se, mas quem era apanhado a copiar apanhava zero.".
Não é que discorde da parte final da frase, de facto, receber dez valores por fraude é premiar, ter direito a repetir o exame é premiar, mas a geração que se indigna nestes comentários esquece-se que também é a geração que vigia estes testes, que decide sobre este assunto. A geração que tão rapidamente cai num saudosismo exagerado é a geração que de facto tem o poder para decidir se estes senhores virão um dia a ser magistrados.
O mesmo vale nas universidades, temos os alunos que merecemos, temos os licenciados que merecemos. Muito se fala da geração rasca (novamente na moda depois da geração à rasca), pouco se fala da geração que permite que pessoas sem o mínimo de competências conclua o ensino superior.

E sobre este assunto deixo apenas mais um desabafo, não podia estar mais em desacordo com o actual Bastonário da Ordem dos Advogados, que defende que se deve entrar na profissão com mais de 35 anos, que se deve ir buscar magistrados à advocacia. Honestamente, não é falta de experiência de vida que falta a quem julga, é, essencialmente, bom-senso, ética e rigor profissional. Podia falar de como se perdem os melhores alunos que saem das faculdades por entraves do género que o Sr. Bastonário defende, podia falar de como os advogados se especializam cada vez mais em áreas que nada têm que ver com a magistratura, podia dizer que aos 35 anos só em busca de melhores condições materiais (e raramente por vocação) se muda de profissão, podia, mas segundo o Sr. Bastonário não tenho idade para tais considerações, falta-me experiência de vida.

terça-feira, 14 de junho de 2011

leituras II

(ou como deste livro me ficaram, essencialmente, as descrições do tempo)


Pareceu que o ia beijar, mas não, que ideia, um pouco de respeito, por favor, ainda não nos esquecemos que há um tempo para cada coisa. Tomou-lhe a mão esquerda e, devagar, muito devagar, para dar tempo a que o tempo chegasse, enfiou-lhe a aliança no dedo. Tertuliano Máximo Afonso puxou-a levemente para si e ficaram assim, quase abraçados, quase juntos, à beira do tempo.

José Saramago, O Homem Duplicado

leituras

Cada segundo que passa é como uma porta que se abre para deixar entrar o que ainda não sucedeu, isso a que damos o nome de futuro, porém, desafiando a contradição com o que acabou de ser dito, talvez a ideia correcta seja a de que o futuro é somente um imenso vazio, a de que o futuro não é mais do que o tempo de que o eterno presente se alimenta. Se o futuro está vazio, pensou Tertuliano Máximo Afonso, então não existe nada a que possa chamar domingo, a sua eventual existência depende da minha existência, se eu neste momento morresse, uma parte  do futuro ou dos futuros possíveis ficaria para sempre cancelada.

José Saramago, O Homem Duplicado

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Welcome to Pyongyang




by Charlie Crane


How do you photograph one of the most secretive countries in the world?
For Charlie Crane the answer was simple, photograph what they want you to see. If there is no possibility of getting underneath the surface then the answer was to photograph the surface itself. This series is taken from a larger body of work in Pyongyang, the capital city of North Korea.
Although not commonly thought of as a holiday destination all these photographs have been taken at tourist sites throughout the city.
It took over a year for Charlie to get permission to go in with his camera: he was not allowed to take his mobile phone past customs and was met by two guides who were to accompany him at all times throughout his trip. At first they appeared robotic in conversation as if reading from a script, telling of their countrys great achievements. After a few days and many polaroids the guides became more relaxed and personable.
Working with such tight restrictions in a country once described as a Stalinist Disneyland was a real challenge but the result is the strongest body of work that Charlie has produced to date.
Charlie's first book Welcome to Pyongyang was produced in conjunction with Nicholas Bonner of Koryo Tours and was published in the spring of 2007 by Chris Boot.






segunda-feira, 6 de junho de 2011

durante o dia estou rodeada pelos que escolheram este rumo, pelos que suspiram "finalmente", à noite cruzo-me com os que não se metem nessas coisas... que eles são todos iguais e isso pega-se. sei que os primeiros votaram em massa, não pergunto o que fizeram os segundos. eu fui votar e ontem percebi que não serviu de nada. discuto com quem reflecte todos os dias sobre o estado da nação - não porque lhe pagam, mas apenas porque acredita que merecemos algo melhor - e fico dividida entre a vontade de acreditar que isto se muda e a desilusão de não ver alternativa. sei que anda gente na rua, que os desiludidos são a maioria, mas custa-me misturar malabarismo com economia. também não percebi os homens da luta e o novo programa da rtp passa-me ao lado. talvez seja isso, talvez seja uma questão de humor. não fui talhada para esta contestação.
no final do dia penso no meu avô, socialista convicto. veio de trás-os-montes para lisboa muito antes da democracia estar no horizonte. penso nos meus pais e nas discussões políticas à hora do jantar. penso no meu irmão, cheio de princípios, mas a quem a ideologia não diz nada. é verdade, não me identifico com quem faz da contestação uma festa, mas acredito que uma sociedade em que a saúde, a educação e a justiça são igualmente acessíveis por todos é melhor do que as outras. talvez seja por isso que me custa menos estar do lado dos que desistiram do sistema do que daqueles que acham que isto agora é que vai ser.

quarta-feira, 1 de junho de 2011